quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Cheira a lavanda

Às vezes, mas só às vezes, consigo trepar os caules da roseira sem me picar nos espinhos. Ao de leve, pé ante pé, cuidadosamente, com lentidão, escalo até às pétalas, sonhando que na minha chegada me esperará um pólen branco com cheiro a lavanda, não amarelo nem alaranjado, mas branco e pacífico.
Sendo a vida feita de sonhos, sei por certo que não escalo roseiras. Sei por certo que me pico. Sei por certo que não me espera o pólen branco. Sei por certo que este não cheira a lavanda. Sei por certo que não é pacífico.
Mas por favor, deixem-me imaginar. Sonhar. Que a Natureza me dá mais do que possa sentir ou ver. Que a minha vida não se resume apenas aos 5 sentidos. Que a beleza que vejo no escuro das minhas pálpebras fechadas existe aqui dentro ... no coração. Ou apenas no pensamento.

4 comentários:

  1. Adoro tudo o q escreves! :)
    Continua assim. Vives no abstracto (e eu adoro isso!) e escreves muito bem, meu doce. Aproveita esse talento. Nunca te esqueças que és única ;)
    Obrigada por tudo,

    Jessica.

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  2. pra mim serás sempre
    aquela flor...

    Ao de leve
    pé ante pé
    cuidadosamente com lentidão
    escalo até às pétalas sonhando
    que na minha chegada me esperará
    um pólen branco com cheiro a lavanda
    não amarelo nem alaranjado
    mas branco e pacífico.

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  3. Adorei o que escreveste, a sério.
    Vou cá voltar de certeza.
    Beijinho.

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  4. OOH! O.o
    Tão poético, tão lindo!

    Ide para letras, ide, e partlhai o que bem sabes fazer! :D

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