Há algum tempo (indefinido), decidi que deveria dividir o meu raciocínio por películas. Como as de um filme de Tornatore. O tempo passou (indefinidamente) e eu não dividi nada. As cenas filmadas continuam cheias de extras desconectados do contexto histórico. Admito. As melhores partes são sempre os extras. Numa vida corrente e desmoralizada (como todas as nossas, diga-se de passagem), não existem memórias permanentes de todos os passos insignificantes e aviltantes que são efectuados todos os dias. Existem memórias de extras. Daqueles que dão nome a uma existência cheia de nada ou vazia de tudo.
Há algum tempo (indefinido), decidi que queria fazer um filme de extras. Não um em que ficasse sem um dedo por amor, muda e pianista. Nem um em que as minhas notas musicais ecoassem nas nuvens. Quero extras que me acompanhem no leito da morte, como o mendigo zangado que abandonei à fome, como a história que nunca acabei, como o pôr-do-sol cheio de mosquitos, como o silêncio eterno, como o fantasma que me assombra, como as desilusões que depositei a quem não merecia, e os sacrifícios por quem nada sacrifica. Quero tudo isto gravado em extras ... mas com um final feliz (por favor)!
mas acredito que serás um final feliz
ResponderEliminarem forma de miminho no meu blog...
e tás a escrever
que nem tenho adjectivo...
no teu melhor e mais que excelente
beijinhos e feliz fim de semana
há...parece que andava por aí um tufão..