(Aparte)

É certo que falta algo neste blog ultimamente. Aproveitando-me do facto de nada interessante ter sido dito e, portanto, hoje ainda não ser o dia D, em que se passará algo terrível a fim da Marta ganhar imaginação (imagino-me não sendo a única a só saber falar em ataques drásticos de melancolia, logo agradeço que não haja discordâncias para a criança não chorar). Mas, como ia dizendo, ao aproveitar-me de tal coisa, vim aqui deixar registadinho o quanto orgulhosa destes últimos dois dias de vida estou. Não no sentido de algo ter acontecido (quer dizer, aconteceram coisas, quase todas boas por acaso), mas no sentido de não ter havido mudanças bruscas nem desnivelações nas minhas atitudes. Não houve "sim? não? sim? não?", não houve triste, feliz, não houve qualquer tipo de indecisão nem confusão mental. Parece que a minha cabeça estagnou durante 48 horas. E sabem que mais? Soube-me bem. Muuuuiiito bem. Embora admita que não me agrada a ideia de ter um cérebro parado. Provavelmente amanhã vai acordar bem cedo e correr em jardins floridos ou poças de poluição numa qualquer poluída praia em Nápoles. Por enquanto vou usufruir dos meus últimos minutos antes de ir dormir, porque nunca se sabe o dia de amanhã. (Até pareço uma moribunda a fazer contas aos últimos dias de vida. Mas isso também nunca se sabe não é? Hoje em dia a morte cerebral é a definitiva, a do coração, substituída por aparelhos ou transplantes.)

Ah e também não fumei!