sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Recordações

"vai debaixo do tapete a ver se eu chego
vai à janela espreitar se o mundo está
verás sangue e verás medo e é aí que eu estou
o teu príncipe imperfeito a destruir tudo o que é dor
e se isto tudo te faz tanto sentido
e se eu definhar no quarto sem amor
vai à janela gritar que o mundo acabou
o teu príncipe imperfeito aniquilou todo o esplendor"
(Feromona)
Lembro-me nitidamente daquela porta de vidro, das escadas com cheiro a tabaco, sujas, ninguém as limpava. No cimo havia uma saída para um chão torto, mal colocado, saídas de chaminés, o telhado podre de um prédio. Uma mesa de ferro (ferrujenta, abandonada no cimo sabe-se lá porquê, quando todo o passado é sempre abandonado em baixo), cadeiras de plástico meio partidas que colocámos à volta da mesa, perto do muro. Estava muito frio, não me sentia à vontade com aquelas pessoas desconhecidas que me passavam o isqueiro, que me emprestavam o casaco.
E aí levaste-me ao outro lado do muro, e mostraste-me a tua casa que se via lá do alto, as árvores que a envolviam, olhámos para as estrelas e estupidamente explicaste-me que este prédio anteriormente tinha sido um centro comercial, abandonado, mas ainda novo. Eu não queria saber do centro comercial, nem do frio, nem das estrelas, nem dos cigarros, nem de ti, nem deles, nem da paisagem altiva cheia de árvores e telhadinhos.
Eu queria ir-me embora! E nunca soube porquê. E hoje ainda percebo menos.
Já fomos assim, e agora tu és x e eu sou y, e tudo virou vjbfivkbf. E vjbfivkbf é uma situação estranha. Principalmente o vjbfivkbf com z.

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