sábado, 10 de abril de 2010

Entre a realidade e o sonho existe uma grande distância. Ou talvez sejam apenas centímetros. Um muro escorregadio a separá-los? Seja o que for, eu não sei por certo em que lado me enquadro. Talvez nem pertença a nenhum, pois às vezes custa-me a admitir que só hajam dois lados. Porquê que só haveremos de saber o vocabulário ensinado e os locais já encontrados? Talvez um dia, eu, Marta Giló (e acrescento o ó para sentir que o meu nome é quase tão louco como o que estou para aqui a dizer), descubra coisas novas. Quero ensinar novas palavras e significados. Há coisas que se sentem e não se explicam (e eu poderia justificá-lo com a falta de palavras). Não quero que hajam somente dois lados. Nem tudo é o que se vê. Nem tudo é assim tão simples. Limita a mente e confunde o coração. Secalhar entre o sonho e a realidade poderão existir nuvens cor-de-pôr-do-sol com pintas felpudas onde nos enroscamos quando queremos descansar.
Já agora, eu agora posso dizer que o Luís Noronha da Costa pediu-me em casamento e eu aceitei. Porque nas nuvenzinhas cor-de-pôr-do-sol tudo acontece. Nada é sonho, nada é realidade. É o intermediário louco onde as pessoas podem viver felizes. E não é que eu seja feliz com o costinha, mas realmente, ele sabe pintar intermediários.
Ah e antes de ir para a caminha, o Moondog costuma contar-me histórias dele enquanto pirateava a minha família nos alpes europeus e nos mares territoriais da costa de Leixões. E eu rio-me, por viver com o homem que me roubou tudo menos o sotaque montanheiro.

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